Por Juliana Guimarães
Visitar propriedades rurais é uma prática antiga e comum no Brasil, porém só há vinte anos passou a ser considerada uma atividade econômica caracterizada como Turismo Rural. Esse deslocamento para áreas rurais começou a ser visto com competência na década de 80, quando algumas propriedades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, devido às dificuldades econômicas do setor agropecuário, decidiram diversificar suas atividades e passaram a receber turistas.
Conhecer uma fazenda onde a atividade principal é a pecuária, compreender sua história e a tradição da região, são alguns dos objetivos dos projetos de trabalho com turismo rural no Brasil. Existem diversas propriedades rurais que possuem belezas naturais pouco conhecidas em nosso país.
O Turismo Rural pode ser explicado, principalmente, por duas razões: a necessidade que o produtor rural tem de aumentar sua fonte de renda e de acrescentar valor aos seus produtos; e a vontade dos moradores urbanos de encontrar e reencontrar raízes, de conviver com a natureza, com os modos de vida, tradições, costumes e com as formas de produção das populações do interior. O contato com a natureza, o folclore e a cultura de uma região despertam o interesse dos visitantes.
Para Manoel Machuca engenheiro agrônomo da companhia integrada de desenvolvimento agrícola de Santa Catarina (CIDASC), orientar clientes no processo de adaptação das propriedades para o turismo rural, Adequar instalações, implantar atividades, treinar funcionários e auxiliar na divulgação e administração do empreendimento para receber os visitantes pode ser uma importante forma de diversificação de renda na propriedade rural.
Em Santa Catarina a cidade de Lages é Conhecida como a Capital Nacional do Turismo Rural. Com uma população de 160 mil habitantes, o município é uma das principais cidades de Santa Catarina e começa a tomar novos rumos com a construção de inúmeras indústrias, entre elas a maior fábrica de cervejas da América Latina, companhia de papel e celulose e usinas hidrelétricas. É forte na atividade agropecuária.
O município conta com inúmeros hotéis fazenda que dispõe de todo conforto, bons serviços, incluindo estrutura para eventos. Realiza também no mês de outubro a ExpoLages, maior feira agropecuária do planalto catarinense.
A paisagem da região serrana aliada às baixíssimas temperaturas fazem o turista se sentir em outro país. Na cidade o turismo rural ganha um ar rústico e introspectivo, e a tradição campeira pode ser observada em todos os cantos. No estilo das acomodações dos hotéis-fazenda, na paisagem da serra, na mata das araucárias, na culinária, e principalmente, nos costumes do dia-a-dia das pessoas. Os aventureiros encontrarão
opções para trekking, escaladas, rafting, trilhas para montain bike e passeios a cavalo.
No aspecto cultural, além de ser o centro universitário da região, Lages tem uma longa história, que vem desde os tropeiros gaúchos que colonizaram a região. E essa história é cultuada por seu povo, que mantém viva as tradições através do folclore regionalista, da comida campeira, no jeito de vestir e em muitas festas que são realizadas ao longo de todo ano. A maior delas, a Festa Nacional do Pinhão, realizada no mês de junho, atrai mais de 300 mil turistas.
É uma região muito bonita que merece ser visitada, não apenas pela beleza de suas paisagens e patrimônio histórico, mas principalmente pela hospitalidade encantadora de sua gente.